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[Respeito à diversidade marca encerramento do Fórum de Liberdade Religiosa da OAB-BA]

Respeito à diversidade marca encerramento do Fórum de Liberdade Religiosa da OAB-BA

O evento aconteceu entre os dias 28 e 29 de outubro, no auditório da seccional, e reuniu diversos especialistas no assunto

Em seu segundo dia de debates, o II Fórum Estadual de Direito e Liberdade Religiosa da OAB-BA foi marcado pela proposição de ideias e ações para combater a intolerância religiosa ainda tão presente na nossa sociedade. O encontro foi uma iniciativa da Comissão Especial de Combate à Intolerância Religiosa da seccional e aconteceu entre os dias 28 e 29 de outubro, no auditório da OAB-BA.

O encerramento contou com as presenças do presidente da OAB-BA, Fabrício Castro, e do tesoureiro, Hermes Hilarião. Fabrício reforçou que a Ordem está ao lado de todas as lutas que são caras à sociedade. "A OAB não tem partido e sim valores. Nós não precisamos nos apropriar da pautas, mas fazer parte delas e permitir que pessoas com maior identificação e competência as liderem", disse. 

Hermes parabenizou a comissão e sua presidente, Maíra Vida, pelo evento e frisou que o fórum é uma demonstração da seriedade do trabalho que vem sendo realizado ao longo dos últimos anos. "Maíra Vida vem fazendo um excelente trabalho e esse evento é fruto desse esforço. Hoje a OAB-BA tem com 82 comissões e elas podem contar com o apoio da Diretoria para desenvolver suas ações", disse.  

O fórum teve a palestra magna de encerramento realizada pelo advogado e professor Samuel Vida. Militante histórico do movimento negro e defensor do Estado Democrático de Direito, ele destacou que a OAB-BA vem cumprindo de maneira bastante íntegra o seu papel de ser parceira da sociedade.

"A OAB não é um sindicato que cuida exclusivamente da advocacia. A Ordem é a voz do cidadão e apoia os diversos segmentos organizados da sociedade nas suas pautas. Essa gestão da OAB-BA tem contribuído bastante para que isso de fato aconteça", disse. 

Integrante da organização ecumênica Koinonia, a historiadora Ana Gualberto abriu a tarde de palestras debatendo caminhos para superar o ódio e a intolerância religiosa na Bahia. Ela destacou que, apesar dos episódios de intolerância acontecerem em diversas realidades, esses são mais comuns nas religiões de matriz africana e isso favorece o aumento da violência contra a população negra.

"A intolerância religiosa nos mata de várias formas. Esses episódios nos adoecem, nos tira do eixo e nos coloca em uma situação de vulnerabilidade ainda maior", disse. Ela ressaltou a necessidade de identificar e punir aqueles que praticam a intolerância bem como quem incita o ódio às religiões.
 
A advogada Camila Chagas, que compõe a Comissão Especial de Combate à Intolerância Religiosa da OAB-BA, citou o artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), para mostrar que a liberdade de crença deve ser respeitada. 

"Está lá na DUDH que todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião. Este direito inclui, inclusive, a liberdade de mudar de religião e manifestar a crença. Logo, independente de qual seja a nossa religião, podemos sim construir pontes", concluiu.

Foto: Angelino de Jesus/OAB-BA