Em pronunciamento nesta quinta-feira (29), o senador Valter Pereira (PMDB-MS) cobrou do Executivo o anúncio de medidas de segurança mais eficazes na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Ele lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente daquele país, Fernando Lugo, têm uma reunião marcada em Ponta Porã (MS), na próxima segunda-feira (3).

Na avaliação de Valter Pereira, o episódio ocorrido no último dia 26 em Pedro Juan Caballero, na divisa com o Mato Grosso do Sul, quando o senador paraguaio Robert Acevedo sofreu um atentado, exige uma cooperação mais profunda entre os órgãos de segurança pública e as Forças Armadas dos dois países.

Valter pereira disse que diversos tiros foram disparados contra o carro do parlamentar, tido como inimigo do narcotráfico, o qual foi atingido por alguns disparos e recupera em um hospital.

A Policia Nacional do Paraguai já prendeu dois brasileiros acusados de participação no episódio, que causou a morte de um motorista e de um guarda-costa que acompanhavam Acevedo. Outros dois brasileiros também teriam sido detidos, sob suspeita de participação no crime.

Um "bom começo", disse Valter Pereira, seria acionar as tropas brasileiras para exercerem maior controle sobre o trânsito de pessoas e veículos na direção dos dois países. Segundo ele, as Forças Armadas brasileiras poderiam mobilizar a Polícia Federal e a Força Nacional, que dispõe de uma base instalada em Ponta Porã.

Outra medida importante seria a extradição dos dois guerrilheiros paraguaios como postula o governo do Paraguai, suspeitos de estarem por trás do atentado contra Acevedo e outras ações criminosas, incluindo assassinatos.

Valter Pereira disse que não se justifica manter no Brasil os dois guerrilheiros paraguaios na condição de exilados políticos, por entender que essa atitude ameaça a manutenção da democracia, além da integridade e a segurança da população que vive na fronteira entre os dois países.

O parlamentar disse ainda a organização Exército do Povo Paraguaio também tem tido como foco cidadãos brasileiros que vivem no Paraguai, ao lembrar de um ataque contra uma fazenda no departamento de Concepcion, em março de 2008.