Notícias

Audiência Pública sobre “Intolerância Religiosa na Bahia” lota auditório da OAB-BA

A "Intolerância Religiosa na Bahia" foi tema de audiência pública realizada no auditório da OAB da Bahia, na manhã da última sexta-feira (5). Promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Comissão Especial de Promoção à Igualdade Racial da OAB-BA, o evento reuniu representantes de diferentes religiões do estado. Com a presença do presidente da seccional, Luiz Viana, a mesa foi dirigida por Eduardo Rodrigues, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos. "Essa audiência pública é apenas o ponto de partida nessa discussão. Nossa ideia futura é criar um observatório de intolerância religiosa na OAB, que possa debater a liberdade de culto com participação da sociedade”, destacou Eduardo. Para o padre Roberto de Jesus, da Igreja Católica, eventos como a audiência pública da OAB merecem destaque, principalmente pelo aumento do radicalismo, pregado em algumas religiões: “De uns anos para cá, cultivou-se certo fundamentalismo, onde cada um só se preocupa com sua religião. Então temos que nos reunir, sim, para podermos discutir os direitos humanos. Não vamos dar ênfase às nossas diferenças, mas ao que nos une. Cada um tem direito de espaço ao culto com dignidade e respeito”. Diversidade religiosa Comungando de ideia semelhante, o rabino Uri Lam, o pastor protestante Djalma Torres e o espírita Luciano Menezes também destacaram a importância do respeito à diversidade de culto: "A solução que vejo para o problema da intolerância religiosa é a informação. Precisamos escutar mais de outras religiões, para entender como elas são", afirmou Uri Lam. "É bom deixar claro que Deus não pertence a nenhuma religião, mas a todas elas, a todos os povos e todos os tempos", destacou Djalma. "A coisa mais importante do mundo é o ser humano, e a religiosidade é o amor à vida. A religião deve nos libertar da ignorância da limitação", ressaltou Luciano. Antes de encerrar o evento, o presidente da OAB-BA falou sobre as principais medidas obtidas a partir do debate. “Hoje, tiramos, daqui, duas sugestões: a criação de um Observatório de Intolerância Religiosa e a realização de futuras audiências em templos religiosos”, destacou Luiz Viana, que encerrou seu discurso colocando-se à disposição para futuras discussões. "Aqueles que precisarem da OAB podem contar conosco. Estaremos sempre, aqui, fornecendo o ambiente de trabalho propício para que todas as religiões se entendam. A intolerância é uma construção histórica que precisa ser desconstruída urgentemente”, finalizou. Foto: Angelino de Jesus/OAB-BA