Notícias

Em sessão conjunta, seccional realiza ato em defesa da OAB

A sessão conjunta da OAB-BA, ocorrida na quinta-feira (22), foi marcada por um gesto que uniu todos os presentes em nome da instituição. Em razão do episódio ocorrido no dia 06 de fevereiro, na inauguração da sala do Fórum Criminal, data batizada como o Dia da Infâmia, a diretoria, os conselheiros e presidentes de subseções realizaram um ato para tratar do assunto. O presidente Luiz Viana lembrou que este foi um episódio sem precedentes nos 86 anos de história da OAB. "Esse ato teve uma função política dos nossos adversários, da nossa oposição que instrumentalizou pessoas para realizá-lo. Eu acho que precisa ter uma reação", afirmou. Ele deixou claro ainda que sabe perfeitamente distinguir uma manifestação política legítima de faltas disciplinares. "Manifestações não têm nenhum problema. As pessoas não são obrigadas a gostar do que a gente faz. O problema está no momento que o protesto passa a ser agressão física e moral a nós que estávamos lá, mas, sobretudo a OAB". Com 40 anos de advocacia, o professor Marcos Melo, que esteve presente na inauguração, disse jamais imaginar que um dia fosse viver algo do tipo. "Não poderia imaginar que nos meus 40 anos de advocacia fosse assistir cenas tão terríveis. Colegas agredirem a instituição. Eu vi, fui vítima, mas até hoje eu não acredito que isso poderia acontecer". Emocionada, a vice-presidente Ana Patrícia Dantas Leão contou que seu ingresso na Ordem foi motivado pelo discurso de mudança do presidente Luiz Viana, e que no Dia da Infâmia sentiu uma grande tristeza por ver que aquele movimento orquestrado ia de encontro a tudo aquilo que a atual gestão vem plantando na advocacia baiana. "Aquelas pessoas não sabem o que é a Ordem dos Advogados do Brasil. Porque existem diversas maneiras de protesto, mas a violência não é possível. Nós não saímos da nossa casa, do nosso escritório por nada além de querer transformar a realidade da advocacia. A advocacia não pode e não será manchada por uma minoria", frisou. O conselheiro federal Fabrício Castro pontuou que aqueles advogados e advogadas que tentaram impedir a entrada do presidente Luiz Viana e demais membros da diretoria da OAB-BA na sala violaram prerrogativas. "Ali não havia advocacia. Eles não estavam defendendo nada. Eles violaram uma prerrogativa nossa porque eles não sabem o que é ser advogado". Para Luiz Coutinho, presidente da CAAB, a postura dos advogados envolvidos na confusão é um espelho do que vem ocorrendo no sistema prisional brasileiro. "O que ali aconteceu, é um reflexo do que vem acontecendo dentro dos presídios, onde se criam facções e essas facções passam a agir pra manter o controle com base na força", pontuou. Também muito emocionada, a conselheira federal Ilana Campos contou que ficou perplexa diante das atitudes daquele pequeno grupo de advogados criminalistas. "Estava ali incrédula diante daquele grupo de meia dúzia de idiotas que infelizmente tem dentro da nossa classe. Soldados mandados que estavam ali como se fossem os baluartes de uma situação inexistente", definiu. A conselheira seccional Tamíride Leite, que foi fisicamente agredida no momento da confusão no Fórum Criminal, contou como ainda se sente emocionalmente abalada pelos ocorridos. "Não está sendo fácil digerir a violência que nós sofremos. Eu digo que, apesar de tudo, estava lá ombro a ombro com meus colegas enfrentando aqueles marginais que ficam a margem da Lei", desabafou. Marcos Flavio Rhem da Silva, presidente da subseção de Ilhéus, ressaltou a postura do presidente Luiz Viana para lidar com a situação. "Gostaria de parabenizar o presidente Luiz Viana pela serenidade, pela calma e por evitar que aquilo tomasse proporções ainda maiores", disse. Apesar do episódio ter sido de fato marcante para a história da OAB-BA, Luiz Viana chamou atenção dos colegas para a necessidade de se olhar para frente e seguir lutando em prol da advocacia do nosso estado. "Precisamos seguir trabalhando", concluiu o presidente. Foto: Angelino de Jesus (OAB-BA)