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Paloma Braga: Conselheira e secretária adjunta da Comissão de Direitos Humanos

Os tios procuradores do estado até que inspiraram, mas esta não foi a principal motivação que levou Paloma Braga Araújo de Souza a seguir carreira no mundo jurídico. A perda violenta do pai revirou o inconsciente da menina e trouxe à superfície o desejo de querer fazer justiça. Ela então não teve dúvidas: se tornaria advogada e mergulharia na área criminal. O plano de Paloma, no entanto, passou por adaptações. Ao longo dos anos de graduação e pós-formatura foi descobrindo que a dela não era exatamente ser uma penalista. A vida mostrou que havia outros meios de saciar aquela sede de justiça. Assim, migrou para o Direito Civil e tornou-se referência na área de Família e Sucessões. “Digo que namorei o Direito Penal, mas casei com o Direito Civil”, brinca Paloma. Hoje, ela cuida da parte de Direito de Família no escritório do qual é sócia, é professora universitária e de cursos preparatórios para exames da Ordem e leva para a Comissão de Direitos Humanos da OAB-BA, da qual é secretária adjunta, toda a sua experiência de vida e profissional. “Eu gosto de gente. Na área de família tentamos mediar os conflitos e buscar soluções amigáveis, que tragam equilíbrio para as pessoas. Na comissão, temos o trabalho de reconhecer cada ser humano como merecedor de respeito e dignidade”, descreve.  A sua atuação na Comissão de Direitos Humanos, por si só, é uma resposta para aqueles que, com o argumento de que quem defende bandido é porque nunca viveu de perto um caso de violência na família, criticam os defensores das garantias fundamentais. Paloma Braga, apesar de tudo o que se passou na sua vida, tem sensibilidade suficiente pra perceber que não é a violência que irá resolver o problema da violência e que, acima de todo e qualquer sentimento pessoal, existe a Constituição. “A desumanização de quem quer que seja nunca será solução para um problema. A solução é humanizar. Enxergar ali um cidadão e tentar trazer aquela pessoa para o convívio familiar. Ressocializar aquele indivíduo”, garante. Casa de portas abertas
A personalidade pacífica e o jeito compreensivo de Paloma Braga encontraram terreno fértil na atual gestão da OAB-BA, onde ingressou em 2015 como conselheira e membro de comissão. “Recebi um convite do presidente Luiz Viana Queiroz, e convite de Luiz Viana a gente não pode recusar. Identifiquei-me bastante com projeto por ser muito plural, democrático e dar voz às mulheres”, relembra. Antes fechado a sete chaves, o prédio na Rua Portão da Piedade é visto agora pela advogada como uma casa de portas abertas pronta para receber todos os advogados e advogadas. “A OAB era algo distante, mas agora está presente. Temos uma Caixa de Assistência atuante, uma série de cursos de capacitação com preços acessíveis para o jovem advogado. Então a gente vê a OAB atuando, agindo e se posicionando”, contou. Essa casa acolhedora, ainda segundo Paloma Braga, é também um oásis em meio aos inúmeros espaços de hostilidade e intolerância que têm se estabelecido no nosso país nos últimos tempos. “É muito bom fazermos parte de um projeto inclusivo. Vivemos tantos ambientes de exclusão e ter na OAB-BA a possibilidade de receber advogados e advogadas de todas as cores, credos, orientações sexuais, dar voz a todas essas pessoas e encampar suas lutas nos dá muita satisfação. Hoje me sinto feliz de fazer parte disso e de saber que podemos fazer a diferença”. Empoderamento de fato
Para fortalecer esse movimento que busca de fato fazer a diferença, Paloma Braga convoca as advogadas a se unirem a Ordem e hastear as bandeiras de valorização da classe. Para isso, no entanto, é necessário que o tão falado discurso do empoderamento seja preenchido de ações. “Esse discurso não pode ser vazio. Precisamos efetivamente ocupar os espaços porque temos muito a oferecer”, ressalta. Ela destaca que no atual Conselho Seccional há forte presença de mulheres valorosas, que honram o lugar de advogada e desenvolvem trabalhos importantes. Esse contingente, por sua vez, pode e deve aumentar. “Precisamos de mais mulheres que tragam sua força, sua sensibilidade e outras características femininas que contribuem bastante para o coletivo”. Caminhar para frente
Aos advogados e advogadas que, em meio às dificuldades do cotidiano da profissão se deixam abater, Paloma Braga aconselha perseverar, superando as frustrações, comemorando as gratificações e jamais desistindo. “Como diz o presidente Luiz Viana, a advocacia não é profissão para covardes. Nem sempre conseguimos êxito naquilo que pretendemos, mas a luta é o combustível que nos motiva a seguir em frente”, concluiu. Mulheres da OAB-BA
Em reconhecimento à participação feminina nos trabalhos da OAB-BA, a seccional deu início a uma série de reportagens especiais contando um pouco da trajetória de vida de algumas dessas mulheres que integram a Diretoria Executiva, o Conselho Seccional, CAAB, Escola Superior de Advocacia e as diversas Comissões da Ordem. A cada semana, será publicado um perfil contando a história e a trajetória profissional dessas advogadas que têm se dedicado à luta em defesa do Direito, algo indispensável para a expansão da Justiça na sociedade. Leia os textos já publicados
Ana Patrícia Dantas Leão: primeira vice-presidente da história da OAB-BA
Daniela de Andrade Borges: A Diretora Tesoureira
Ilana Campos: A Conselheira Federal
Dora Marcia Zalcbergas: A Presidente da Comissão do Idoso
Lia Barroso: Presidente da Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher
Andrea Marques: Presidente da Comissão da Mulher Advogada
Thaís Bandeira: Diretora da Escola Superior de Advocacia
Isabela Bandeira: Conselheira e Presidente da Comissão de Seleção
Sarah Barros Galvão: Vice-presidente do Conselho Jovem da OAB-BA
Maíra Vida: Presidente da Comissão Especial de Combate à Intolerância Religiosa
Roberta Casali: Vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente
Tamíride Monteiro Leite: Presidente da Comissão de Informática Jurídica
Kathia Norberto Mattos: Diretora-suplente da CAAB Fotos: Angelino de Jesus (OAB-BA)