Notícias
- Página Inicial/
- Notícias/
- Todas as notícias/
- Desembargador debate concentração excessiva de poderes nos Tribunais Superiores em Aula Magna da ESAD
Desembargador debate concentração excessiva de poderes nos Tribunais Superiores em Aula Magna da ESAD
Desembargador Federal Lázaro Guimarães
.Foto: Angelino de Jesus
Desembargador Federal Lázaro Guimarães
.Foto: Angelino de JesusA Escola Superior de Advocacia Orlando Gomes (ESAD) realizou na noite de segunda-feira, 9, em sua sede, Aula Magna proferida pelo Desembargador Federal Lázaro Guimarães. O evento fez parte da programação em comemoração ao Dia do Advogado.
Em sua apresentação, o Desembargador falou sobre a "Concentração excessiva de poderes nos Tribunais Superiores, especialmente no anteprojeto do CPC, e seus reflexos para a advocacia e a sociedade". Primeiramente, ele fez uma explanação sobre a situação atual e, na sua visão, alarmante, dos Tribunais Superiores do país no que diz respeito à excessiva concentração de poderes dos Ministros dessa instância e pontuou sua preocupação com alguns artigos, em especial o 900, do Projeto de Novo Código de Processo Civil. Tal artigo se inclui no capítulo que trata das demandas repetitivas e atribui ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o poder de suspender todos os processos em curso nas instâncias ordinárias, em todo o país, e de determinar a solução de questão jurídica antes do seu exame pelos órgãos competentes, ou seja, autoriza os Tribunais Superiores, antes da deliberação do Tribunal de Justiça ou do Tribunal Regional Federal, a avocar o processo e decidir de modo vinculante, conforme disposto no artigo 903: "Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos que versem idêntica questão de direito". Para ele, esse artigo desrespeita os juízes das 1ª e 2ª instâncias. "Nenhum juiz é melhor do que o outro, independente de sua instância, e esse artigo 900 precisa urgente ser revisto porque implica na usurpação de poder", criticou. Ele ainda comparou a questão com outros países. "Enquanto na Inglaterra e Estados Unidos tem se buscado limitar o poder das Cortes Supremas, no Brasil está ocorrendo exatamente o contrário, ampliando exaustivamente os poderes dos Tribunais Superiores", disse.
Em seguida, o Presidente da Comissão de Apoio ao Advogado Iniciante, Antonio Adonias, falou sobre "a massificação dos conflitos e seu reflexo na prestação jurisdicional". Segundo Adonias, o conflito se massificou e isso trouxe um problema para o Judiciário, visto que o Código de Processo Civil vigente, de 73, não tem respaldo para essa questão. Ele também levantou questionamento sobre o artigo 895 do Projeto de Novo Código de Processo Civil, que afirma "É admissível o incidente de demandas repetitivas sempre que identificada controvérsia com potencial de gerar relevante multiplicação de processos fundados em idêntica questão de direito e de causar grave insegurança jurídica, decorrente do risco de coexistência de decisões conflitantes". Para ele, não se pode fechar os olhos para a massificação dos conflitos, porém não se deve esquecer a democracia e permitir a violência contra a individualidade.
Ao final, o Diretor da ESAD, Carlos Rátis, falou sobre "Estado de Mal Estar Social e Ativismo Judicial Pro Societatis". Ele criticou o comportamento de advogados e juristas acomodados, que apenas buscam benefícios pessoais. "Há uma falta de cultura cívica que vem prejudicando a prestação jurisdicional em nosso país. Muitos advogados, especialmente os jovens, vêm estudando para cargos públicos ou para a magistratura apenas pela comodidade e não por vocação. Isso é muito grave. É preciso uma mudança de comportamento, aliando cultura e educação", disse.
Últimas notícias

Vem novidade por aí!
10/12/2025








