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Mesa redonda na ESA debateu inovações no inquérito policial

A OAB da Bahia, por meio da Escola Superior de Advocacia Orlando Gomes (ESA-BA), promoveu na noite desta quinta-feira (10) a mesa redonda "Inovações no Inquérito Policial. Reflexões Críticas". O encontro, que aconteceu no auditório da ESA, no Campo da Pólvora, serviu de palco para a apresentação das duas visões envolvidas nos inquéritos policiais: a da Delegada da Polícia Federal Luciana Caires, especializada em crimes financeiros, e a do advogado criminalista e conselheiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) Milton Jordão. A mediadora foi a advogada Thaís Bandeira. De acordo com a diretora geral da ESA-BA, Cyntia Possídio, este pode ser considerado um dos eventos mais importantes da instituição: “Este evento traz luz sobre um tema que é muito discutido, que é a participação do advogado num inquérito policial. Uma recente alteração no estatuto da advocacia motivou essa mesa redonda, que contou com a participação da delegada Luciana Caires, que contribuiu bastante para o tema, e Milton Jordão trazendo uma análise do advogado, com mediação de Taís Bandeira. Com a sala cheia, tenho certeza que todos sairemos ganhando, com muito mais conhecimento. A Escola continua inovando e avançando no seu propósito de contribuir para a prática da advocacia”, avaliou.

"Foi um evento brilhante, de alta relevância para a advocacia e para a Polícia Federal. Essa discussão sobre temas controvertidos como este, que envolvem o inquérito policial mostra a importância de se fazer uma investigação qualificada, com a presença e acompanhamento de um advogado, de um defensor público, e sempre que possível, o investigado deve estar acompanhado de um advogado também, que é uma função essencial à Justiça, e que muito ajuda a Polícia Federal”, explicou a delegada Luciana Caires.

Para o advogado criminalista Milton Jordão, "a discussão foi importante pela escolha do tema, que tem sido debatido constantemente, trazendo para os profissionais e estudantes as opiniões de quem lida com isso todos os dias. Essa atitude é muito importante porque qualifica a advocacia baiana e mais ainda aos estudantes, que se tornarão profissionais em breve, e o melhor: a reflexão com a contribuição não só de advogado pra advogado, mas também de uma delegada”, disse. "É um trabalho dialético de construção de uma nova perspectiva para o inquérito, de uma análise crítica desses temas trazidos aqui para a mesa redonda. Excelente" exaltou Milton.

A mediadora da mesa, Thaís Bandeira, destacou a convergência de opiniões dos palestrantes, como a surpresa da noite: "O grande mérito foi trazer duas visões sobre os inquéritos policiais: a de uma delegada e a de um advogado. Achávamos que essas visões seriam bem antagônicas, mas na verdade, eles convergiram em diversos pontos, com opiniões similares, o que para nós foi muito salutar”, disse. Para Thaís, a participação da plateia com perguntas ao final das palestras, também engrandeceu as discussões levantadas durante as apresentações dos convidados.

Para o advogado Fabiano Vasconcelos, atuante na área de direito criminal, "foi um debate muito importante, e pude tomar conhecimento das alterações que foram feitas recentemente, e pude ver duas visões diferentes: a da delegada que participa da Operação Lava Jato, e a do advogado militante da área que também é professor, com a visão da luta diária contra as arbitrariedades que são cometidas nesses inquéritos”, finalizou.

Foto: Angelino de Jesus/OAB-BA