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"New York Times" pede controle de armas em editorial de capa

Brasília - O jornal "The New York Times" publicou neste sábado (5) um editorial em sua primeira página pela primeira vez desde a década de 1920 para pedir o controle de armas após o último tiroteio sangrento nos Estados Unidos, na cidade de San Bernardino, na Califórnia.

Intitulado "Fim à epidemia de armas nos Estados Unidos", o editoral arremete contra os políticos e afirma que certos tipos de armas e munições devem ser proibidas aos cidadãos particulares.

"É um ultraje moral e uma desgraça nacional que os civis possam comprar legalmente armas projetadas especificamente para matar gente com velocidade e eficiência brutais", indica o artigo.

Publicado na edição impressa neste sábado (5) e na edição online na noite de sexta (4) , o editorial foi divulgado poucos dias após um casal realizar um massacre que deixou 14 mortos e 21 feridos na Califórnia.

Este massacre constitui o tiroteio mais fatal nos Estados Unidos desde o ataque contra uma escola de Connecticut (leste) em 2012 e é investigado como um "ato de terrorismo", segundo o FBI.

O Times disse que é "correto e conveniente" que as autoridades comprovem se os assassinos estavam conectados com o terrorismo internacional.

No entanto, afirmou que "a atenção e a ira também devem se dirigir aos funcionários eleitos, cujo dever é nos manter a salvo, mas conseguem um prêmio mais alto com o dinheiro e o poder político de uma indústria dedicada a se beneficiar da distribuição sem restrições de armas de fogo cada vez mais poderosas".

O jornal lamentou que, diferentemente de outros países afetados pela violência armada, os Estados Unidos não estão tentando remediar a situação.

"Pior ainda, os políticos os incitam a se converter em assassinos ao criar um mercado de armas para eles e os eleitores permitem que estes políticos permaneçam em seus postos", indicou.

Em uma declaração, o presidente e diretor do jornal, Arthur Ochs Sulzberger Jr, disse que o editorial foi publicado na primeira página para "entregar uma forte e visível declaração de frustração e angústia pela incapacidade de nosso país em enfrentar o flagelo das armas".

Fonte: CFOAB, via G1