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OAB cobra abertura dos arquivos da ditadura nos 45 anos do golpe militar

Brasília, 31/03/2009 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, defendeu hoje (31), ao comentar a passagem dos 45 anos do golpe militar de 1964, a abertura dos arquivos da ditadura militar como forma de resgatar a memória do país lamentavelmente vivida no período sombrio do regime militar. "Um país que não conhece sua história, sobretudo suas páginas mais sombrias e controversas, corre o risco de repeti-la".
Segue a nota do presidente nacional da OAB, Cezar Britto:

"Os 45 anos do golpe militar de 1964, que se completam hoje, mantêm presente uma anomalia: a inacessibilidade aos arquivos da ditadura. Não se trata de reabrir feridas ou buscar revanches. Trata-se de resgatar a memória do país.

Um país que não conhece sua história, sobretudo suas páginas mais sombrias e controversas, corre o risco de repeti-la. A Lei de Anistia perdoou reciprocamente os delitos políticos de ambas as partes. Mas anistia não é amnésia. É necessário saber que crimes foram esses e os que estão efetivamente por ela abrangidos.

Questões básicas, como o paradeiro de cadáveres e o destino de pessoas desaparecidas, continuam sem solução, cobertas pelo manto do silêncio e da cumplicidade. Quase meio século depois daqueles tristes acontecimentos, já não são os seus que estão sendo sabotados. É a história, a memória nacional.

Ao ensejo desta data, a Ordem dos Advogados do Brasil reitera seu clamor, que é o da sociedade brasileira, para que sejam abertos os arquivos do período referente ao regime militar, para que deles possa emergir a verdade, em sua inteireza.

Somente assim, estaremos em condições de efetivamente promover a pacificação da família brasileira. Enquanto restarem mistérios, enigmas e suspeitas, essa paz, almejada pela anistia, restará inconclusa."