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Coronavírus: "Na solução de conflitos, o protagonismo é da advocacia", diz Rodolfo Pamplona

O juiz do trabalho foi o convidado desta terça-feira (14) da live da OAB-BA

O juiz do Trabalho Rodolfo Pamplona foi o convidado desta terça-feira (14) da live da OAB da Bahia, com o presidente da Seccional, Fabrício Castro. O programa foi transmitido ao vivo pelo Instagram da OAB-BA e debateu os efeitos da pandemia de coronavírus no Direito e no Judiciário, bem como as perspectivas de mudança após a pandemia.

De acordo com o magistrado, as transformações que a operacionalização da Justiça vem passando ao longo dessas semanas de pandemia deverão perdurar, umas vez que elas contribuem com a prestação jurisdicional. Dentro desse contexto, Pamplona ressaltou a importância da advocacia na solução dos conflitos.

“O papel de protagonismo é da advocacia. Se já tínhamos aquela velha máxima de que o advogado é o primeiro juiz da causa, não tenho dúvida de que isso será ainda mais forte. Tenho citado muito Lulu Santos e Nelson Motta e dito que ‘nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará’”, afirmou. 

Pamplona ressaltou ainda que esse momento é uma grande oportunidade das pessoas cuidarem de si, mas também do próximo e, mesmo à distância, estabelecer contato com aqueles que a gente gosta.
 
“Vivemos só um isolamento pessoal, mas estamos interagindo com o mundo todo e é importante estarmos aqui para servir. Quero reiterar que estou à disposição dos advogados, da população, dos jurisdicionados e que todos podem entrar em contato comigo através do telefone, e-mail, Instagram”.

Produtividade, tecnologia e humanidade
De acordo com Fabrício, em virtude dos problemas orçamentários e de pessoal no Judiciário, que consequentemente serão agravados com a crise do coronavírus, três pilares serão fundamentais após a pandemia: produtividade, tecnologia e humanidade. O presidente da Seccional frisou ainda que agora é o momento de buscar soluções disruptivas. 

“O dinheiro do judiciário vai diminuir, então como a gente pode enfrentar isso? Com produtividade, todos vão ter que trabalhar mais para dar conta; uso da tecnologia; e humanidade, as pessoas precisam entender que têm um papel a exercer e todos nós temos que fazer algo diferente”, disse.

Fabrício destacou ainda a necessidade dos tribunais e todo os elos que compõem o sistema jurídico trabalharem com inteligência e juntos desenvolverem sistemáticas de atendimento virtual à advocacia. “É importante que a gente consiga construir isso de forma que seja harmônica e geral. Porque hoje a gente vê juízes que têm competências parecidas, mas com produtividades diferentes. Então é necessário criar uma parametrização”, afirmou. 

Segundo Pamplona, essa medidas são sim necessárias e, por mais possa haver algum tipo de contestação, é importante insistir. “Todas as vezes que vamos propor algo novo haverá uma trombeta do apocalipse. Muitos acham que porque sempre fizeram dessa forma, essa é a única forma de fazer. Precisamos buscar modos alternativos dentro dos limites constitucionais para melhorar o serviço jurisdicional”, concluiu.